Levantamento do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostra que o “índice de miséria” no Brasil piorou e que o mal-estar provocado pelo empobrecimento é o mais alto em dez anos.
Nos cálculos dos pesquisadores, o “índice de miséria” está hoje em 0,947, subindo cerca de 60% em relação a 2020, quando era de 0,591. Esse indicador de miséria vai de zero a 1, e se baseia nas taxas de inflação e desemprego, com a introdução das variáveis rendimento do trabalho, inadimplência e subutilização da mão de obra. Quanto mais alto o indicador, pior a situação.
A pesquisa também aponta que a renda dos 20% mais pobres caiu de R$ 244,50 em 2020 para R$ 187,50 per capita em 2021, perda de 23,3%, percentual bem mais severo que a média geral de 7%. Frente a 2014, o melhor momento da renda dessas famílias, a redução no poder de compra foi de 27,3%. Por outro lado, a sondagem aponta que os ganhos dos 20% mais ricos representam 21,1 vezes os dos 20% mais pobres. Em 2020, eram 16,9 vezes.
O estudo ainda registra dados da inadimplência. Pela pesquisa, 27,2% dos devedores têm pagamentos atrasados. O número absoluto de devedores, 66 milhões, é o maior da série histórica da Serasa, que começou em 2016. O valor médio das dívidas chegou a R$ 4.107, também recorde. Há 3,42 dívidas por família no Brasil, média que só não é pior do que em 2020, quando a média era de quatro.
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