Já na sala de parto, o contato pele a pele entre mãe e recém-nascido estimula a produção de leite materno, alimento necessário e com vários benefícios para a saúde do bebê. Mais do que nutrir, a amamentação garante o desenvolvimento dos sistemas nervoso e imunológico, além de contribuir para a formação de bons hábitos alimentares, que aumentarão as chances de o bebê se tornar um adulto saudável. A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida, sem a oferta de outros líquidos como água, chás e sucos.
Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite humano, já que algumas produzem um volume de leite superior ao que seu(s) filho(s) consome(m); nesse caso, a mulher pode entrar em contato com um banco de leite humano (BLH) que vai orientar quanto ao processo de doação.
A doação de leite materno é um gesto simples, mas de grande generosidade e importância, pois auxilia no desenvolvimento de recém-nascidos prematuros de médio e alto risco internados em unidades de terapia intensiva neonatais (UTINs) e que ainda não desenvolveram a capacidade de sugar diretamente nos seios de suas mães.
A doação também contribui para a saúde da doadora, pois evita intercorrências comuns no período de amamentação, como o ingurgitamento mamário e a mastite. Fora que quanto mais ela retira, há um aumento da produção, desmistificando a ideia de que doar leite diminuirá a produção para seu próprio filho.
Em meio à atual pandemia, recente estudo realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos relatou que gestantes que contraem o novo coronavírus têm maior chance de parto prematuro.
Em 2020, os estoques dos bancos de leite humano apresentaram queda no volume de leite coletado com o início da pandemia, em março do mesmo ano e a tendência seria diminuir ainda mais. Então, a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH) resolveu reunir seus profissionais para avaliar as evidências científicas de países que já estavam convivendo com a crise sanitária, estabelecendo uma comparação com as boas práticas executadas na assistência em aleitamento materno, na coleta, processamento e distribuição do leite humano pasteurizado.
Após a análise foi possível concluir que os procedimentos são seguros tanto para doadoras e receptores de leite humano quanto para os profissionais de saúde e que não há evidências científicas que demonstram que o vírus seja transmitido pelo aleitamento materno. Sendo assim, os bancos de leite humano precisaram do apoio da mídia e da força das redes sociais para informar de que mesmo na pandemia é possível doar, sendo a doação ainda mais necessária. Com a divulgação e a conscientização, os estoques voltaram à normalidade, com aumento do volume coletado em algumas regiões.
COMO DOAR?
Toda mulher que amamenta é uma possível doadora, basta ser saudável e não tomar nenhum medicamento que interfere na amamentação. Se você é mulher e está em fase de amamentação, o primeiro passo é entrar em contato com um banco de leite humano ou posto de coleta de leite humano próximo da sua residência, tendo em mãos os últimos exames de sangue realizados no pré-natal ou mais recentes. O profissional vai realizar o cadastro e orientar sobre todo o processo de doação.
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