A grande basílica de Santa Maria Maior – a Salus Populi Romani – é a primeira basílica do Ocidente edificada em honra à Virgem Maria e a maior entre as igrejas dedicadas a ela em Roma. É uma basílica “pontifícia” porque está ligada diretamente ao Sumo Pontífice, o Papa. Nela o Papa Francisco sempre reza antes e no retorno de suas viagens apostólicas. A festa litúrgica da dedicação da basílica é celebrada no dia 5 de agosto para homenagear a Santíssima Virgem Maria como Mãe de Deus.
Sua extraordinária história: iniciou como Igreja de Santa Maria das Neves, pois, segundo uma antiga tradição, Nossa Senhora apareceu em sonho, entre os dias 4 e 5 de agosto de 352, ao Papa Libério e a um patrício romano e teria pedido a ambos para construírem uma igreja em sua honra, precisamente sobre o monte Esquilino. Para confirmar tal visão, o monte ficou coberto de neve em pleno verão europeu. A construção da Igreja teve início por volta do ano 360. Depois foi chamada de Santa Maria do Presépio por receber uma relíquia da santa manjedoura e por fim de Basílica de Santa Maria Maior.
A reedificação foi feita pelo Papa Sisto III, em 432. A dedicação da basílica à Mãe de Deus foi motivada pela celebração do Concílio de Éfeso (431), que proclamou o dogma da maternidade divina de Maria (Theotókos). A alegria desse dogma, desde sempre acreditado pelo povo de Deus, estendeu-se por toda a Igreja. Esse júbilo chega até nós hoje por meio dessa festa, em que louvamos Maria como Mãe de Deus. “Por ser mãe de Deus, a Virgem tem uma dignidade de certo modo infinita, devido ao bem infinito que é Deus. E nessa linha não se pode imaginar uma dignidade maior, como não se pode imaginar nada maior que Deus”, afirma São Tomás de Aquino (Suma teológica, I, q. 25, a. 6, ad). A Santíssima Virgem é, com razão, venerada pelos católicos com o culto especial (hiperdulia).
O culto a Maria Mãe de Deus é essencial à vida cristã, pois está ligado ao mistério salvífico da encarnação do Verbo. Ela, mãe do Verbo encarnado, em seu papel em relação à Igreja e a toda a humanidade, cooperou com os auxílios necessários para gerar em nós o homem novo, a vida sobrenatural. “É, por essa razão, nossa mãe, na ordem da graça (…). De fato, depois de elevada ao Céu, não abandonou esta missão salvadora, mas, com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna”, ensina a Igreja (Catecismo da Igreja Católica, 967-969).
Que essa celebração litúrgica seja uma oportunidade para você se aprofundar em sua relação de filho com a Virgem Maria, sua mãe, e proclamar: “Maria é minha mãe e eu sou de Maria”.
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