A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 convida-nos insistentemente a cuidarmos da nossa Casa Comum, da Mãe Terra. Por que devemos cuidar? Quais as razões que nos convencem e nos colocam em ação?
O cristão quando olha para o mundo, ele o olha à luz da fé. Inspira-se nos ensinamentos bíblicos e na doutrina social cristã. Olhemos o saneamento básico com esta ótica, ou com este ponto de vista. No livro do profeta Amós 5,24, lemos: Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca.
Na Bíblia encontramos uma progressiva revelação de Deus e de seu plano de amor. A plenitude da revelação vem com Jesus que nos revela os valores do Reino de Deus. Os textos bíblicos falam das relações entre as pessoas, das relações com Deus, das relações com a natureza, das relações com os bens materiais. Fala de tudo que envolve a vida humana e deseja construir uma vida feliz.
O mundo é apresentado como um jardim que oferece condições favoráveis para a vida feliz. Com frequência é usada a imagem da água límpida que corre nos rios como sinal de abundância e de vida. Assim como rio que corre permanentemente, assim também deve correr o direito e a justiça para organizar a vida da comunidade. Quando acontecem os desequilíbrios, fruto das injustiças e explorações, surgem vozes proféticas que admoestam as pessoas para restabelecerem a ordem necessária para a vida fraterna.
O Papa Francisco na encíclica Laudato si escreve: O amor cheio de pequenos gestos de cuidado mútuo, é também civil e político, manifestando-se em todas as ações que procuram construir um mundo melhor (…) Ele também fala do amor social: Para tornar a sociedade mais humana, mais digna da pessoa, é necessário revalorizar o amor na vida social – nos planos político, econômico, cultural – fazendo dele a norma constante e suprema do agir (nº 231). Cuidar da casa comum é uma questão de fé, de amor a Deus e ao próximo.
Por Dom Rodolfo Luis Weber – Arcebispo de Passo Fundo
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