Por um longo período divulgou-se a ideia de que dizer muitos “nãos” para uma criança poderia impactar negativamente na sua autoestima. E, de fato, isso é verdade, ao menos quando os pais oprimem a capacidade de resolução de conflitos dos pequenos, com frases do tipo: “Você não consegue”, “Não sabe”, “Não pode” (em se tratando de aptidão e não de permissão).
Atualmente, os pais estão sendo incentivados a dizerem mais “não” para seus filhos. O que mudou de lá pra cá, que agora pode o “não”? Muita coisa! Ambas as ideias, reforçar e repreender o ‘não’, são ideias bastante adequadas com as épocas nas quais foram disseminadas.
Se você é pai ou avô, lembre-se de como foi a sua infância, especialmente sobre o poder que as crianças tinham sobre os pais. As crianças até o meio do século passado eram tratadas como ”mini adultos”. Com o passar do tempo, a infância passou a ser considerada como uma fase que necessita de alguns cuidados especiais.
Hoje é possível encontrar vários livros com dicas e instruções para os pais sobre a melhor maneira de educar seus filhos. As crianças agora são o público alvo preferido dos publicitários, seja lá qual for a invenção: comida, brinquedo ou vestuário, logo que assistirem a propaganda na televisão, elas vão querer! E na maioria das vezes vão ter. Por mais que os pais saibam que não valerá a pena o custo/benefício, eles tendem a dizer sim pela culpa de não passarem muito tempo com seus filhos; pelo cansaço de escutar incessantes pedidos que, por vezes, são agressivos e acompanhados de choro; com medo que o filho “fique para trás” já que todos os coleguinhas já têm; entre outros motivos.
A verdade é que quando os pais dão tudo o que seus filhos pedem, estão compactuando para a criação de adultos imaturos e prepotentes. As crianças precisam enfrentar frustrações ainda quando pequenos, só assim vão aprender que a vida nem sempre vai ser como elas querem. As crianças necessitam de limites, precisam de pais que as cuidem e amem o suficiente para lhes dizer ”não” quando for preciso, e que permitam, em uma eventual queda, que se levantem sozinhas quando forem capazes de fazerem isso sozinhas.
Filhos não serão bebês para sempre, e se não aprenderem a escutar os “nãos” em casa, vão ser pessoas desagradáveis, com dificuldades para se colocarem no lugar do outro. As crianças de hoje em dia precisam de menos aparelhos tecnológicos e mais atenção. Lembrem-se, pais: vocês têm que saber o que é melhor para suas crianças, não elas mesmas.
Aleteia,
com Psiconlinews
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