O catequista é, antes de tudo, um discípulo e missionário, chamado a testemunhar e guiar outros na experiência de Cristo. A catequese não se limita ao ensino de doutrinas ou à formação para os sacramentos; é uma jornada de fé que acompanha o indivíduo ao longo da vida, nutrindo e aprofundando a relação com Deus. Os Bispos do Brasil definem essa ação como “um processo de educação da fé em comunidade, é dinâmica, é sistemática e permanente” (Documento de Puebla, 1979). Com essas características, a catequese se adapta às diversas fases e contextos da vida cristã, oferecendo uma formação que transforma e inspira.
No coração da catequese está o desejo de suscitar uma experiência viva de fé, onde cada pessoa encontra o Evangelho e se sente chamada a viver em comunhão com a Igreja. O Papa João Paulo II sublinha esse papel essencial, explicando que “a catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com fim de iniciá-los na plenitude da vida cristã” (*Catechesi Tradendae*, 1979). Assim, o catequista conduz os catequizandos a uma vivência plena, guiando-os a uma compreensão integral da fé que inclui conhecimento, prática e espiritualidade.
O conceito de catequese, originado do termo grego *kat-ekhéo* — que significa “fazer ecoar” — resume bem sua missão: permitir que a Palavra de Deus repercuta e crie raízes no coração humano. A catequese realiza essa missão ao “levar à comunhão com Jesus Cristo: só Ele pode conduzir ao amor do Pai no Espírito e fazer-nos participar da vida da Santíssima Trindade” (*NCIC*, 426-427). Esse processo de ecoar a Palavra envolve um compromisso profundo com o outro, reconhecendo que cada catequizando é uma alma em busca de sentido, fé e comunidade. A catequese, portanto, é um campo fértil onde a Palavra é semeada com paciência, sensibilidade e dedicação.
Ser catequista é abraçar uma vocação de acolhimento, onde o catequizando não apenas aprende, mas encontra apoio, amor e inspiração para a vida cristã. É uma missão silenciosa e muitas vezes desafiadora, mas profundamente recompensadora, pois cada encontro é uma oportunidade de nutrir uma semente de fé que florescerá e dará frutos. Como ensina o *Novo Catecismo da Igreja Católica* (1992), “no centro da catequese encontramos essencialmente uma Pessoa, a de Jesus Cristo de Nazaré, Filho único do Pai” (*NCIC*, 426-427). É para essa Pessoa que o catequista aponta continuamente, ajudando os catequizandos a encontrá-Lo e a reconhecê-Lo em suas vidas.
O papel do catequista é, assim, de profunda responsabilidade, pois ele se torna um elo entre Deus e aqueles que acolhem a Palavra. Cada gesto, cada palavra e cada orientação são expressões do amor de Cristo e da presença viva da Igreja. A catequese forma, fortalece e ilumina o caminho de quem deseja seguir Jesus, gerando uma fé sólida que transforma e anima. Em cada encontro, o catequista não apenas ensina, mas oferece uma experiência concreta da luz de Cristo, criando raízes que sustentam uma vida cristã autêntica e comprometida com o Evangelho.
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