No prólogo da Regra da Ordem do Carmo está escrito: “Muitas vezes e de muitas maneiras os Santos Padres estabeleceram como cada um, qualquer que seja o estado de vida a que pertença ou modo de vida religiosa que tenha escolhido, deve viver em obséquio de Jesus Cristo e servi-lo fielmente com coração puro e reta consciência”. Da mesma maneira a regra da Ordem terceira do Carmo também, a exemplo da Regra de Santo Alberto, mantém a observância: “Jesus deve torna-se progressivamente a Pessoa mais importante da sua existência… Reconhecer Jesus no próximo e nos eventos cotidianos, levando-o a testemunhar pelas estradas do mundo a marca indelével de sua presença” (Regra OTC, nº 19).
Em 2Cor 10,5 – “… e todo poder altivo que se levanta contra o conhecimento de Deus. Tornamos cativo todo pensamento para levá-lo a obedecer a Cristo. Passo que devemos dar, a exemplo de São Paulo, para seguir a Jesus Cristo.
Viver em obséquio de Jesus Cristo significa seguir a Cristo, e seguir Jesus Cristo significa para nós que Jesus é modelo; imitá-lo como discípulo. Significa também participar do destino de Jesus (Lc 22, 28; Jo 15, 20; Mt 10, 24-25), disposto a morrer com Ele (jo 11,16). Ir até o calvário (Mt 15, 41-42). Outro significado importante é ter a vida de Jesus intimamente ligada à nossa vida. São Paulo em Gl 2,20 afirma: “Vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim”. É a máxima identificação com Cristo.
Diante dessas considerações, propomos uma questão: Como a cristologia contemporânea vê a Pessoa de Jesus Cristo?
Nossa vida é permeada por diversas maneiras e conceitos de ver Cristo, chegamos a perceber que cada um pode ter um Cristo. É importante voltar nossos olhos para a humanidade de Jesus, a humanidade do Jesus histórico. Mas o que é o Jesus Histórico? Podemos dar significado a essa resposta nas suas palavras, gestos, ações e até no reconhecimento de seu destino.
Então vejamos da seguinte maneira: essas considerações nos levam a perceber o cristocentrismo na espiritualidade carmelita. Qual é o ensinamento central de Jesus? É o Reino de Deus. E Jesus nos mostra o Reino de Deus através de seu projeto de vida quando nos brinda com a passagem do Sermão da Montanha; as Bem-aventuranças – programa de Jesus –, anunciam o Reino de Deus (Mt 5, 1-12); então queremos dizer que viver em obséquio de Jesus Cristo é testemunhar o Reino, é testemunhar e viver cada uma das Bem–aventuranças. É anunciar a Boa-Nova vivida por Jesus que pregou durante três anos de sua vida até ser preso, condenado e pregado na Cruz por ter desagradado aos poderosos de então; mas o Pai o ressuscitou para confirmar, diante dos discípulos e do mundo, que Jesus é o Cristo de Deus.
Certamente que testemunhar Jesus Cristo é ser sal e luz, portanto, o Jesus histórico deve fazer parte na nossa história hoje. Caminhar no seguimento de Jesus implica atitude e sofrimento, conversão e missão; é assumir a práxis do Reino de Deus.
Viver em obséquio de Jesus Cristo requer uma luta diária, um empenho espiritual que nos faça agir plenamente em conformidade com a própria história de Jesus inserida na Igreja e na comunidade – povo.
Então seguir Jesus como carmelita, é um apelo para que vivamos em sintonia com o Evangelho e sempre tendo como alicerce o silêncio, a oração, a vida comunitária e a missão profética e nisso nos ajudam Maria Santíssima e o Profeta Elias.
Fonte: Comissão para a Ordem Terceira do Carmo (www.otcarmo.org)
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