O texto do magistério do Papa Francisco publicado em forma de Exortação Apostólica pós-Sinodal Christus Vivit foi direcionado aos jovens e a todo o povo de Deus. Trata-se de um documento que, embora tenha sido publicado a 25 de março de 2019, ainda conserva a sua vivacidade e pode continuar a iluminar a vida eclesial em nossos dias.
Francisco, no primeiro capítulo da Christus Vivit, aborda o tema dos jovens no contexto da Palavra de Deus. Ao perpassar vários momentos e personagens da história da salvação no âmbito do Antigo Testamento – José, Gedeão, Samuel, Davi, Rute etc. –, o Papa salienta o fato de Deus olhar de maneira especial para os jovens (Exortação Apostólica pós-Sinodal Christus Vivit, 6).
Ao considerar o Novo Testamento, Francisco recorda o filho mais jovem da parábola do pai misericordioso (cf. Lc 15,11-33) e indica os riscos de uma juventude que se apoia em sua própria autonomia e se degenera na libertinagem e na devassidão. Ao jovem também é concedida a oportunidade de se autoavaliar, rever seu caminho, reconsiderar suas posturas e recomeçar. Assim, “Jesus louva mais o jovem pecador que retoma o bom caminho do que aquele que se julga fiel, mas não vive o espírito do amor e da misericórdia” (Exortação Apostólica pós-Sinodal Christus Vivit, 12).
O grande modelo de jovem – de juventude! – para nós é o próprio Jesus, que, nas palavras do Papa, é o “eternamente jovem”, precisamente porque a juventude diz respeito mais ao nosso modo de ser, de nos relacionar, de enfrentar os desafios da vida, mesmo uma pessoa que tem mais idade pode conservar sua jovialidade.
A juventude de nossas vidas é conservada quando se deixa renovar. Desse modo, o Novo Testamento nos convida a deixarmo-nos purificar do velho fermento para nos transformar em massa nova (cf. 1Cor 5,7); da mesma maneira, insiste ainda o apóstolo São. Paulo, é preciso que nos despojemos do homem velho para que nos tornemos homem novo, nova humanidade recriada pela ressurreição do Senhor, a qual concede a eterna juventude de nossa alma, isto é, de nossa vida integralmente considerada.
Os jovens precisam ter lugar em nossas comunidades e ser acompanhados com zelo e amor fraternos. Eles são nossos irmãos (cf. 1Tm 5,1), devem aprender com os mais velhos (cf. 1Pd 5,5) e ser motivados à moderação (cf. Tt 2,6) e à entrega total de suas vidas a Cristo pelo bem da humanidade.
O Papa Francisco encerra esse capítulo com um pensamento tocante: “Se perdeste o vigor interior, os sonhos, o entusiasmo, a esperança e a generosidade, diante de ti está Jesus, como parou diante do filho morto da viúva, e o Senhor, com todo o seu poder de Ressuscitado, exorta-te: ‘Jovem, eu te ordeno: levanta-te!’ (Lc 7, 14)” (Exortação Apostólica pós-Sinodal Christus Vivit, 20).
Levantemo-nos de nosso desânimo, de nossa desesperança, de nosso comodismo! Deixemos que nossas vidas sejam renovadas pela eterna juventude de Deus revelada a nós em Jesus Cristo.
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