Pela fé, acreditamos no Deus criador. Porém o avanço das ciências possibilitou o surgimento da teoria da evolução, que, segundo os materialistas, se opõe à criação. Por outro lado, os criacionistas negam a evolução.
Na verdade, criação e evolução não se opõem. A Bíblia nos diz que no princípio Deus criou o céu e a terra (cf. Gn 1,1), porém diz também: “Deus disse: ‘Faça-se a luz’. E a luz se fez” (Gn 1,3). Deus ordena e a luz se faz, não é Deus quem faz a luz. Aí temos a evolução.
Os dois primeiros capítulos do Genesis nos mostram o Deus criador, que não só cria, mas também ordena o processo evolutivo, para que o caos se transforme em cosmos, possibilita o surgimento da vida em geral e da vida humana em especial, abençoa e cuida.
E o ser humano é criado à imagem e semelhança de Deus. Na criação do ser humano, Deus não diz “faça-se”, mas “façamos”. É interessante a narrativa presente no segundo capítulo do Genesis: ela nos mostra o Deus artesão que molda o ser humano do pó da terra e lhe inspira o sopro divino.
Deus coloca o ser humano no jardim com um mandato: dominar a natureza. Esse mandato divino foi ideologicamente interpretado. Muitas pessoas entendem que deveríamos subjugar a natureza e sugá-la em vista da satisfação dos nossos interesses, principalmente os econômicos.
Devemos dominar a natureza. A palavra vem do latim dominus, que significa senhor. Dominar é exercer o senhorio. Deus é o único Senhor, e ele é o modelo do exercício do senhorio sobre a natureza.
Sendo assim, devemos dominar a natureza. O mandato divino exige que sejamos criadores, possibilitemos o crescimento, cuidemos e façamos da natureza uma bênção, um caminho de vida. Deus não quer que destruamos o jardim, e sim que cuidemos dele.
Pe. José Adalberto Vanzella (Secretário-execunvo do R. Nordeste 5)
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