No dia 24 de outubro, a Igreja ganhou uma nova beata. A cerimônia de beatificação da noiva que morreu aos 23 anos foi presidida pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.
Sandra Sabattini foi a primeira noiva beatificada na história da Igreja. A jovem leiga italiana estava se preparando para o sacramento do matrimônio com Guido Rossi quando, aos 23 anos, foi atropelada e, infelizmente, não resistiu. Ela e o futuro marido pretendiam se mudar para a África e lá fundar uma Comunidade Católica a serviço dos “últimos entre os últimos”.
Aos 4 anos, a família se transferiu para a casa paroquial de San Girolamo, o pároco, Giuseppe Bonini, era irmão de sua mãe. Adolescente, Sandra passou a manter um diário pessoal a partir de janeiro de 1972. Três anos depois, conheceu o padre Oreste Benzi, fundador da Comunidade Papa João XXIII, que tinha como carisma, servir aos “últimos da sociedade”. A jovem tornou-se parte da Comunidade. Inclusive, Padre Oreste que começou a promover a causa de beatificação de Sandra.
A jovem cursava medicina e, de forma voluntária, atendia pessoas doentes. Além disso, todos os dias rezava o terço e meditava sobre a Palavra de Deus, alimentando uma profunda vida espiritual. Na virada de cada ano, costumava fazer oração da meia-noite à 1h da manhã diante do Santíssimo Sacramento.
Aos 20 anos quando conheceu Guido Rossi, que tinha os mesmos propósitos de vida. Em 29 de abril de 1984, ele se dirigiam a mais um encontro da Comunidade Papa João XXIII. Quando Sandra desceu do carro e aguardava para atravessar a rua, um veículo que vinha na direção contrária a atropelou. Mesmo sendo rapidamente socorrida e levada a um hospital de Bolonha, não resistiu às consequências do forte impacto. Assim entregou a alma a Deus no dia 2 de maio daquele ano.
Em 19 de julho de 2007, um homem italiano de 41 anos, Stefano Vitali, foi curado de forma milagrosa de um câncer em metástase, após ter rezado por intercessão de Sandra. Ele relatou toda a a história no livro “Eu vivo por um milagre”, publicado em italiano e ainda sem tradução oficial para o português.
O testemunho de Stefano foi bastante divulgado. Em uma entrevista, ele afirmou que a cura não foi somente física, mas principalmente espiritual, e que o exemplo de vida de Sandra lhe apontou “o caminho para alcançar a serenidade e realizar a minha vocação”. E completou: “se ela conseguiu isto comigo, que sou teimoso, mais ainda conseguirá com tantos que vierem a encontrá-la no futuro”.
O bispo de Rimini, dom Francesco Lambiasi, testemunha sobre a jovem:
“Ela é uma figura que pode ser apontada como um ícone de santidade verossímil e atraente, que está do nosso lado: não são necessárias experiências excepcionais de compromisso ascético ou de contemplação mística. Tudo de que a nossa querida Sandra precisava era do tecido de uma vida comum, costurado com a fé viva, sustentada por uma oração intensa e extensa. Uma vida dedicada ao cumprimento feliz e fiel do seu dever, pontuada por pequenos gestos de amor levados ao extremo, na amizade apaixonada com o Cristo pobre e servidor, no generoso e incansável serviço em favor dos pobres. Depois de conhecer Jesus de modo pessoal, ela não podia mais deixar de amá-Lo, centrar-se n’Ele, viver para Ele, na Igreja.”
A santidade é atual e se faz no cotidiano, com nossas ações e escolha em viver uma vida voltada ao serviço, amor a Deus e dedicação de uma oferta de vida dedicada à evangelização.
Beata Sandra Sabattini, rogai por nós!
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