Clique no play para ouvir o Evangelho de João – Capítulo 15
Tenho de advertir cada um de vós arespeito da sua vinha; com efeito, quem cortou já em si mesmo tudo o que ésupérfluo, a ponto de poder pensar que nada mais tem a cortar? Crede no que vosdigo, aquilo que é cortado renasce, os vícios combatidos regressam, e vemos despertaras tendências adormecidas.
Não basta, pois, aparar a vinha umavez, temos de regressar muitas vezes à mesma tarefa, se possívelconstantemente. Porque, se formos sinceros, encontramos constantemente em nóscoisas a cortar. A virtude não consegue crescer entre os vícios; para que elapossa desenvolver-se, temos de os impedir de aumentar. Suprime, pois, osupérfluo, e o necessário poderá então surgir.
Para nós irmãos, continua a ser épocade cortar, uma época que se impõe permanentemente. Com efeito, estou certo deque já saímos do inverno, desse temor sem amor que a todos nos introduz nasabedoria, mas que a ninguém faz desabrochar na perfeição. Quando surge, o amorexpulsa esse temor como o verão expulsa o inverno.
Cessem, pois, as chuvas do inverno,quer dizer, as lágrimas de angústia suscitadas pela recordação dos vossospecados e pelo temor do julgamento. Se o “inverno” passou, se a “chuva” cessou,a doçura da primavera da graça espiritual indica-nos que chegou o momento depodarmos a nossa vinha. Que nos resta fazer, senão empenharmo-nos por completonessa tarefa? (São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja).
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