Com este artigo, encerramos a série de meditações a respeito da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. Descortina-se para nós o seu último capítulo, “Evangelizadores com espírito”. Nele, o Papa Francisco quer convidar-nos a uma abertura sem medo à ação do Espírito Santo (cf. Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 259).
Pentecostes, evento paradigmático, manifesta com clareza que a evangelização brota da ação do Espírito Santo, promotor de toda novidade e ousadia (parresia). Só o Espírito nos ensina e convence que a autêntica evangelização “(…) é muito diferente de um conjunto de tarefas vividas como uma obrigação pesada, que quase não se tolera ou se suporta” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 261).
Com o fim de renovar o espírito missionário de todos os fiéis, Francisco é bastante direto: “Evangelizadores com espírito quer dizer evangelizadores que rezam e trabalham” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 262). Aliar ao trabalho pastoral efetivo a espiritualidade é de todo necessário para uma evangelização eficaz: a relação íntima e pessoal com o Senhor do anúncio qualifica e testemunha a fidelidade evangelizadora.
Para evangelizar com espírito, isto é, com a integralidade do nosso ser em suas relações constitutivas com Deus, com os outros e com o mundo é preciso redescobrir o regozijo espiritual de ser povo de Deus. Segundo o nosso Papa, “Para ser evangelizadores com espírito é preciso também desenvolver o prazer espiritual de estar próximo da vida das pessoas, até chegar a descobrir que isso se torna fonte de uma alegria superior” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 268).
O evangelizador está próximo do Senhor glorioso assim como do Senhor chagado. Não se trata de dois senhores, mas do único e mesmo: aquele que é nosso salvador, Jesus Cristo. É preciso coragem e, sobretudo, fé para realizar uma evangelização com proximidade pastoral. Ser próximo das pessoas é o caminho mais efetivo para o anúncio do Evangelho de Cristo.
O coroamento da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium não poderia ser outro senão o papel singular de Maria, a mãe da evangelização. A mãe de Jesus – e nossa – sempre esteve unida aos discípulos do Senhor para invocar o Espírito Santo, dinamizador de toda a evangelização. Maria é o dom de Jesus para nós, seu povo; ela é a estrela da evangelização, cheia de ternura e afeto. Em sua intercessão confiamos. Não malograremos em nosso esforço de transmitir a todos a alegria que contagia o nosso coração, a alegria do Evangelho!
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