Por: DOM PAULO MENDES PEIXOTO
BISPO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP
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Pastor é aquele que cuida das ovelhas, do rebanho que lhe foi confiado. As ovelhas ouvem sua voz e seguem sua proposta como condição para uma vida sadia e defesa. Ele precisa ser bom para ser seguido.
O Bom Pastor não é dominador, não é como o dirigente que só quer poder, e abate a voz de seus dirigidos. O verdadeiro bom pastor é aquele que ajuda o povo a construir o seu próprio destino na vida.
Na Páscoa identificamos Jesus como o Bom Pastor, Aquele que dá a vida, dá alimento para as suas ovelhas. O seu propósito é que todas as pessoas tenham vida e sejam tratadas com dignidade.
A sociedade hodierna é marcada pela injustiça e pela opressão. O povo sofre as consequências disto e nem sempre é acudido pelos poderes constituídos. As pessoas ficam como ovelhas sem pastor.
Muitas atitudes impedem a dignidade do povo em nosso país. Podemos citar o latifúndio, os abusivos impostos, a monocultura que sacrifica a agricultura familiar, a violência etc.
As consequências de tudo isto são a fome, o empobrecimento, as doenças, o endividamento e o desemprego. Com isto o povo vai ficando marginalizado e refém da elite dominante.
Além do poder político e econômico, temos também o poder da religião e, em nome dela, muitos são explorados e forçados a um sacrifício que afeta as suas economias.
É importante ter em vista que a salvação não está no templo, na religião, mas na construção do Reino de Deus. No Reino, o pastor tem que dar testemunho autêntico de vida.
O Bom Pastor arranca o povo da cegueira para assumir o verdadeiro projeto de vida, o poder-serviço, em favor da justiça. Ele trata a todos com carinho e quer sua libertação do que é injusto.
Os nossos políticos deveriam se identificar com o Bom Pastor! Na corrida para as eleições, o momento é de descoberta de quem tem o perfil do Bom Pastor. Há muitos maus pastores por aí, que se apresentam como bons. Cuidado!
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