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Como é que a Igreja pode evitar as formas de comunicação que manipulam e distorcem os conteúdos mais sensíveis?
Quantas vezes você mesmo já leu e ouviu notícias tergiversadas para atacar a Igreja?
Quantas vezes você mesmo já postou comentários que, embora pretendessem defender a fé, acabaram gerando a reação contrária porque foram mal interpretados pelos leitores – e isto porque, provavelmente, foram mal contextualizados em sua redação?
Dom Dario Edoardo Viganó, prefeito da Secretaria de Comunicação da Santa Sé, sugere 4 aspectos que precisam ser bem entendidos e levados em conta quando se publica ou compartilha conteúdo “sensível”, como é o caso dos assuntos religiosos.
1) Hashtags
As hashtags são palavras-chaves antecedidas pela cerquilha (#) e seu uso é particularmente relevante no Twitter. Em torno a esses termos, acendem-se debates e controvérsias que são muito importantes para, pelo menos, gerar uma “nuvem” de comentários relacionados a um mesmo assunto. Essa diversidade de comentários facilita o acesso dos internautas a pontos de vista discordantes, evitando que se fique apenas num tipo específico e restrito de opinião – que pode ser errônea. O uso atento e correto das hashtags pode prestar um importante serviço ao debate, diminuindo os “monólogos” e oferecendo às pessoas reflexões e observações capazes de esclarecer e enriquecer.
2) “Hiperexposição” e “hipercompartilhamento”
É importante entender que a fluidez do universo digital implica uma diminuição da força de coesão social. Há nas mídias sociais duas tendências bem visíveis: a “hiperexposição do eu” e o “hipercompartilhamento de conteúdos de terceiros”. Os internautas tendem a postar uma enxurrada de conteúdos próprios e a passar adiante, também, uma enxurrada de conteúdos de terceiros: diante desta realidade, é fácil que os conteúdos sensíveis sejam simplesmente “jogados na correnteza” sem uma contextualização que favoreça o entendimento e o diálogo. É preciso saber contextualizar aquilo que se posta ou se compartilha, para fazer a diferença no meio da tsunami opinativa que varre a internet a cada segundo.
3) Conteúdos indeléveis
Outro importante ponto de reflexão diz respeito à “memória digital”: o boca a boca virtual permanecerá acessível na rede durante um longuíssimo tempo, já que os compartilhamentos multiplicam quase ao infinito a presença daquilo que um internauta postou. Por isso, prudência e consciência: se você postar algo do qual vier a se arrepender, muito provavelmente será impossível se livrar das marcas que o seu comentário impulsivo deixará na rede.
4) Fuxico x credibilidade
Tenha bem presente, por fim, que as conversas digitais têm um potencial enorme de espalhar fofocas e transformar meras opiniões subjetivas em aparentes afirmações “oficiais”. O descuido com aquilo que se posta e compartilha pode determinar crises de credibilidade muito difíceis de conter. É crucial, então, entender que as “fofocas” não são apenas um “passatempo” (questionável já em si mesmo, aliás), mas sim um fluxo comunicativo que pode levar a graves consequências.
Por Aleteia
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