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É a vez da África receber Francisco. O Papa tomará novamente o seu cajado de peregrino da misericórdia e deixará o Vaticano para a sua 11ª Viagem Apostólica Internacional que o levará desta vez ao Quênia, Uganda e República Centro-Africana entre os dias 25 e 30 de novembro. Será a primeira vez, em absoluto, de Bergoglio em terras africanas.
Já durante o III Retiro Mundial de Sacerdotes em Roma, no último mês de janeiro, Francisco expressara o seu desejo de realizar uma viagem ao continente africano, condicionando o seu desejo ao desejo de Deus: “se Deus quiser”. Falando sobre esta importante terra, o Santo Padre recordou a relevante ação da Igreja Católica naquele continente, em especial nas áreas da educação e da saúde.
O olhar de Francisco para essa terra, que ao longo dos séculos viveu e ainda hoje vive a exploração, a miséria, a guerra, se detém nas pessoas, no caminho de povos que suportaram e suportam tanto sofrimento, na esperança de poder viver dias melhores sob um céu de justiça e reconciliação.
Por isso, o Santo Padre em muitas ocasiões não deixou de chamar a atenção para a exploração do homem e dos recursos naturais africanos por parte das potências mundiais, pedindo respostas urgentes que ainda não chegaram.
Sua ida ao continente negro colocará em foco dramas de países que vivem problemas indescritíveis e situações ainda por resolver que interessam a comunidade internacional. Problemas de instabilidade política, social e econômica. Os temas-chave desta viagem, segundo o porta-voz vaticano, Pe. Federico Lombardi serão: paz, diálogo inter-religioso e o testemunho dos mártires cristãos. Quando o avião papal tocar a terra queniana na próxima quarta-feira estará sendo escrita uma nova história para o continente africano com a presença de Francisco que, mais uma vez, demonstra a sua predileção pelos últimos, “pelas periferias”.
No Quênia destaca-se o discurso que o Papa dirigirá à sede das Agências da Onu para o Ambiente e o Habitat. Espera-se um amplo discurso que retome os temas da ‘Laudato si’.”
Outro momento significativo será a visita a “Kangemi”, uma das favelas da capital queniana. Ali, disse Pe. Lombardi, o Papa pronunciará um discurso em continuidade com o que proferiu aos movimentos populares na Bolívia. Em seguida, terá lugar o encontro com os jovens do país.
Na sexta-feira (27/11), o Pontífice se transferirá para Uganda, onde o momento central será a missa pelos Mártires do país, seguida de uma visita à Casa da Caridade de Nalukolongo, administrada pelos Jesuítas.
Importante durante a visita a recordação dos mártires – católicos e anglicanos. O caso dos mártires ugandenses é central. Sabemos inclusive da grande importância que o Papa deu à temática dos mártires: vimos isso na Coréia em particular; aí o veremos novamente em Uganda.
Por fim, no domingo (29/11) será a vez da República Centro-Africana ferida pelas violências, à qual Francisco testemunhará sua proximidade e dará um forte sinal de paz a partir da visita a um campo de refugiados, a uma paróquia católica, onde se encontram acolhidos mais de dois mil deslocados:
“A finalidade da visita do Papa à República Centro-Africana é justamente manifestar sua proximidade ao povo que sofre devido ao conflito e as tensões. Portanto, a visita ao campo de refugiados é de suma importância para o Papa e será a primeira coisa que fará após ter encontrado as autoridades.”
O momento central da visita a Bangui será a missa na Catedral, onde o Pontífice abrirá a Porta Santa do Jubileu da Misericórdia.
Francisco vai ao continente africano confirmar os irmãos na fé, vai para lançar semente de reconciliação, em uma terra tanto sofrida e sedenta de paz. O desejo é que a viagem do Papa lance nos lugares onde se vivem tempos difíceis, como a República Centro-africana, ou naquele dilacerado no passado por conflitos internos como Uganda e no Quênia onde a nação vive provas difíceis que ameaçam a sua estabilidade, apelos concretos que contribuam para unificar os povos.
A África faz-se protagonista. Desta vez os holofotes estarão direcionados para uma terra que precisa ser encorajada e motivada a olhar para o seu futuro, principalmente a sua juventude que muitas vezes vê o seu horizonte em outras terras, emigrando para outros países. Uma terra que deve ser respeitada e amada por todos e não seja somente fonte de riquezas para alguns e miséria para tantos. Que retome o seu caminho, com as próprias pernas.
Todos aguardam a palavra do Papa Francisco, esperando que também seja ouvida pelo resto do mundo.
A visita do Santo Padre ao continente africano, representado por Quênia, Uganda e República Centro-Africana tem todas as potencialidades para fortalecer os processos de paz e de integração socioeconômicos nas regiões visitadas, ajudando a reforçar a mensagem de fraternidade e amor interétnico e internacional. Conceitos vitais para evitar que se afunde novamente no inferno de guerras, instabilidade e genocídios. Papa Francisco é a figura mais adequada para realizar esta tarefa delicada dando aos leigos católicos, protestantes e muçulmanos o dom mais precioso depois de vida: a paz.
A Rádio Vaticano irá transmitir ao vivo todos os eventos desta 11ª Viagem Internacional de Francisco, com comentários em português. Uma viagem durante a qual o Papa dará nova esperança a povos que por tempo demais respiraram tristeza e dor na periferia do mundo.
Por Rádio Vaticano
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