Você tem um lugar no céu. Jesus provou essa verdade!
No mês de Novembro lembramos nossos entes queridos que já partiram para Deus. Chamamos o 2 de novembro “Dia de Finados, ” isto é, Dia daqueles que tiveram FIM. A palavra não corresponde com a realidade.
Há 2400 anos atrás, o filósofo Sócrates já criticava essa expressão. Fie foi condenado á morte, embora inocente. Seus discípulos choravam em volta dele. O filósofo perguntou como o anjo a Maria Madalena: “Por que vocês estão chorando?
Vocês pensam que vou morrer. Nada disso. Vou começar minha verdadeira vida. Quem é que disse que isto aqui em baixo é vida? Minha vida começa agora. Esta noite tive um sonho. Uma bela dama me convidava para uma festa. Eu vou para a festa.” Tomou banho, vestiu suas melhores roupas, perfumou o corpo, e assim apareceu diante dos seus amigos, com o rosto feliz: “Estou pronto para a festa.” Era um pagão ou um santo que assim falava?
Para Sócrates não existia o Dia de Finados. Mas em geral não se pensa assim. Mesmo entre cristãos.
Krushov, primeiro ministro russo, visitou os Estados Unidos na época do presidente americano John Kennedy. Lá fez um discurso-sermão para os americanos: ”Reparei que aqui nos Estados Unidos todo mundo acredita em Deus e no paraíso.
Lá na Rússia, somos ateus, não acreditamos. Mas reparei também que aqui ninguém tem pressa de ir para o paraíso..” Era uma colossal ironia, mas carregada de verdade.
Voltaire, nos salões elegantes da Europa, se arrogava a função de diretor espiritual dos intelectuais. Zombava da fé cristã e do paraíso. Reunia os convidados da festa e exclamava: “Estou fazendo um leilão. Eu vendo o meu lugar no paraíso por um tostão. Alguém quer comprar?”
O imperador, presente na sala, era um homem de fé. Ouvindo aquela blasfêmia, responde: “Eu compro seu lugar no céu por um milhão. Basta que você prove que tem lá um lugar reservado.”
Na cidade cie Estrasburgo, Alemanha, em cima de um túmulo colocaram um SINAL DE INTERROGAÇÃO. Quem estava lá não tinha muita fé. Estava querendo dizer: ”Morri e não sei para onde vou.”
Os santos sabiam muito bem para onde iam. O médico avisou Santa Teresa que sua doença era grave. Ela só tinha alguns dias de vida. A santa arregalou os olhos, alegre, e respondeu: “Médico, foi a melhor notícia que recebi em toda a minha vida.”
Tomás Moro, chanceler inglês do rei Henrique VIII, foi condenado à morte, por se recusar a renegar a fé católica. Sobe os degraus do cadafalso. No alto da escada estava esperando o carrasco com o machado na mão, para cortar-lhe a cabeça. O santo abraça o carrasco, que fica estupefato diante daquele gesto. “Este machado é para lhe cortar a cabeça.” Resposta: “Nada disso. Esse machado é a chave que vai me abrir as portas do paraíso.”
São Francisco brincou com a morte. Em sua última hora, pediu dois cabos de vassoura. Começou a cantar e tocar violino naquele instrumento improvisado. Os frades se admiram: “Frei Francisco, você está morrendo e tem coragem de brincar?” E o santo: “Estou entrando no paraíso. Querem que eu vá chorando? Não, vou cantando e tocando violino?”
Dia de Finados, melhor Dia que não tem um fim, mas um eterno começo! Você não precisa abraçar o carrasco, não precisa tocar violino. Basta repetir o que reza todo Domingo Creio na Vida eterna. Creio na Ressurreição da carne. Amém”
Feliz aquele que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido” (Lc. 1,45).
Acreditar na Vida eterna é profissão de fé fundamental para nós cristãos Nossa vida, nossa história, não terminará aqui.
São palavras de Jesus: “Na casa de meu Pai ha muitas. Para onde eu for vou preparar-vos um lugar e vos levarei comigo” (Jo 14,1 ss).
Nesse sentido vamos caminhando, passo a passo, e construindo a história. Não devemos ficar lamuriando com as dificuldades da vida, mas fazer a nossa parte e lutar por dias melhores. O segredo é não perder nunca a esperança!
Nossa Senhora sempre acreditou. Mesmo aos pés da cruz ela aceitou a vontade do Pai e permaneceu firme, em pé, como serva fiel e obediente.
Esta é a forca de quem crê: aceitar a vontade de Deus e responder ativamente com boas obras.
Por Dom Raymundo Damasceno Assis – Arcebispo Metropolitano de Aparecida (Revista Aparecida)
Comments0