Falar da vocação do catequista em tempo de pandemia é falar do amor de Deus gerado no coração do cristão, ninguém nasce catequista e não existem catequistas perfeitos. Porém, a pessoa(cristão) assume essa vocação pelo do seu batismo dentro da Igreja, com isso o catequista vai se construindo e se deixa construir, por meio de formações, encontros, relações das experiências vividas na sua vida pessoal, cristã e vida comunitária sempre contribuindo com os outros irmãos.
Diariamente cada catequista é chamado a experiência do encontro pessoal com Àquele que o escolheu, vai modelando a sua identidade no cotidiano onde se desenrolam os acontecimentos humanos e divinos, onde se estabelecem relações entre o mistério do Evangelho e os inúmeros aspectos da vida humana. Como batizados, participantes da história, precisam do mover do Espirito Santo para que tenham olhos de fé diante dos fatos da vida para encontrar uma oportunidade de redenção e libertação, que implica o empenho de si em um compromisso que abarca sua pessoa como um todo, num desvelamento constante de desafios propostos pelos apelos da fé, exigências do Evangelho, questionamentos e as barreiras inerentes ao contexto humano, tendo sempre como modelo a pessoa de Jesus Cristo, Mestre e Senhor.
Como educadores da fé o catequista é na Igreja o mistagogo e o pedagogo de Deus, apresentam o caminho e os meios necessários para que os catequizandos e catecúmenos tenham seu encontro pessoal com Jesus Cristo e tornem-se cristãos alegres capazes de dar testemunho do Evangelho. Jesus Cristo é força central que motiva, é o único capaz de impulsionar e dar sentido para o caminho de discipulado, por vez cheio de desafios e de dificuldades que podem gerar fontes de crescimento e de imensas alegrias.
As crises da modernidade afetaram diretamente a sociedade, os conceitos de identidade e cultura expandiram-se, os valores e as relações humanas também, como fragmentos tornaram-se um desafio onde o catequista necessita de uma relação com Deus fortificada para uma evangelização frutuosa.
Relembrando que a Igreja já enfrentou muitas crises, a exemplo de Dom Bosco (São João Bosco) que na sua geração passou pela Peste da doença da Cólera e a intercessão de São Sebastião e São Roque durante outras epidemias. Atualmente é a nossa geração que está presenciando este momento atípico, a Pandemia do Coronavírus. Sendo assim, observar as ações daqueles santos e mártires e refletir as nossas ações, enquanto catequistas, para encorajar as crianças, jovens e famílias a buscar a centralidade em Deus perante os desafios atuais através do pedido da graça de atitudes de santidade para contribuir com a Igreja.
O Catequista é aquele que aponta o caminho para Deus, mas onde encontrar Deus? Nos livros, na internet, nas pessoas? Deus está no centro das atitudes cotidianas? O catequista precisa se reinventar para anunciar a verdade. Deus é imutável, mas a evangelização precisa ser atual e criativa para adentrar nos lugares mais remotos, levar as pessoas ao conhecimento e ao encontro de Jesus Cristo ressuscitado.
Em resumo a religião é uma decisão pessoal, o catequista precisa atualizar- se com a história para evangelizar na sociedade que está em grande transformação. Pela força do Espírito Santo adentrar nas feridas, anseios, dúvidas e sonhos dos corações humanos e levá-los a busca pela clareza da vontade de Deus nas suas vidas.
Mª Rosália Consentine Gaspar
Catequista da Paróquia Cristo Redentor Arquidiocese de Manaus
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