A Igreja recebeu com alegria nesta Oitava da Páscoa a notícia de que o Papa Francisco apresentará na próxima segunda-feira, dia 9 de abril, a Exortação Apostólica “Gaudete et Exsultate”, sobre o chamado à Santidade no mundo contemporâneo.
Desde a sua eleição à Cátedra de Pedro, Francisco deu grande importância ao tema da santidade na Igreja e, em várias ocasiões, falou sobre o que distingue o ser Santo. Na Audiência Geral do dia 2 de outubro de 2013, por exemplo, evidenciou que a Igreja “oferece a todos a possibilidade de percorrer o caminho da santidade, que é o caminho do cristão”, para o encontro com Jesus.
Este também é um tema de grande importância para a Ordem do Carmo, que já ofereceu à Igreja muitos santos e santas e continua a oferecer muitos testemunhos através dos religiosos e religiosas consagrados no carisma carmelitano e dos membros consagrados de nossos sodalícios.
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Em matéria publicada no site Vatican News, o Vaticano relembrou alguns pronunciamentos do Papa Francisco acerca da vida de santidade, que nos inspirarão neste tempo de espera pela publicação da Exortação Apostólica. Reproduzimos o texto a seguir:
Os Santos não são super-heróis, mas amigos de Deus
Em 1º de novembro de 2013, na primeira Festa de Todos os Santos como Papa, Francisco sublinha que os Santos são “os amigos de Deus”, porque nas suas vidas, “viveram em comunhão profunda com Deus”. Portanto o Santo Padre traça um perfil dos Santos, explicando logo que “não são super-heróis, nem nasceram perfeitos”. Os Santos, continua o Papa, “são como nós, como cada um de nós”, “viveram uma vida normal”, mas “conheceram o amor de Deus” e o “seguiram com todo o coração, sem condições e hipocrisias”. Portanto como se reconhece esta santidade? “Os Santos – responde o Papa – são homens e mulheres que têm a alegria no coração e a transmitem aos outros”. A alegria, é o que distingue os Santos, ao contrário dos cristãos com “cara de funeral” que, como repete muitas vezes, são características dos que não vivem bem a sua fé.
Todos os cristãos são chamados à santidade, sem excluir ninguém
Outra característica dos Santos é a humildade. Na homilia matutina na Casa Santa Marta, em 9 de maio de 2014, Francisco recorda São João Paulo II. E observa que “o grande atleta de Deus” acabou aniquilado pela doença, humilhado como Jesus”. O testemunho de Karol Wojtyla, mostra que a regra da santidade “é diminuir a fim de que o Senhor cresça” e por isso é preciso “a nossa humilhação”. Portanto, bem longe da imagem de pessoas com “superpoderes”. “A diferença entre os heróis e os Santos – explica ainda na homilia – é o testemunho, a imitação de Jesus Cristo: percorrer o caminho de Jesus”. Para o Pontífice há também outro tema muito importante: “a vocação universal à santidade” sobre o qual falou na audiência geral de 19 de novembro de 2014. “Todos os cristãos, enquanto batizados – sublinha – têm igual dignidade diante do Senhor e são irmanados pela mesma vocação que é a santidade”. “A santidade é um dom – continua o Papa – oferecido a todos, sem excluir ninguém, por isso constitui o cunho distintivo de cada cristão”. E acrescenta “para ser Santo, não é preciso ser bispo, sacerdote ou religioso”, “não, todos somos chamados a ser Santos”.
Os Santos também têm seus pecados, mas sabem arrepender-se e pedir perdão
Papa Francisco alerta à ideia dos Santos com “cara de santinho”. É algo muito mais profundo e alimentado por gestos, “muitos pequenos passos”, que cada um pode cumprir no lugar onde vive e trabalha. “Cada condição de vida – são suas palavras – leva à santidade, sempre!”. Um ano depois, em 1º de novembro de 2015, na Missa celebrada no Cemitério de Verano, fala sobre “o caminho para chegar à verdadeira felicidade”, a santidade. E observa que os santos são mansos e pacientes. Um caminho, o da mansidão e paciência, que foi percorrido por Jesus. Em 2016 volta a falar sobre o tema nas missas na Casa Santa Marta. Em 19 de janeiro, falando na homilia sobre Davi, observa que também na vida dos santos há tentações e pecados. A vida do rei de Israel é eloquente sobre isso: Santo e pecador. Tinha os seus pecados, “foi até um assassino”, mas no fim os reconhece e pede perdão. O Papa conclui, uma história que faz pensar que “não existe algum santo sem passado, mas nem pecador sem futuro”. Enquanto que na missa de 24 de maio, adverte que “a santidade não se pode comprar e nem vender”. É um dom a ser acolhido. Um dom e um caminho. “A santidade – sublinha Francisco – é um caminho na presença de Deus” e “não pode ser feita por alguém em meu nome”. “Um caminho – diz ainda – a percorrer com coragem, esperança e com a disponibilidade de receber esta graça”.
Não tenham o medo de ser Santos, evidencia também no Twitter
Os Santos são também “testemunhas e companheiros de esperança”. São palavras do Papa na audiência geral de 21 de junho de 2017. Na ocasião, explicou que para ser santos “não precisa rezar o dia todo”. A santidade está também “na doença e no sofrimento”, no trabalho e na “proteção dos filhos”. “Que o Senhor nos dê a esperança de ser Santos – foi a sua invocação – e não pensemos que é algo difícil, é mais fácil sermos delinquentes do que Santos! Não. Podemos ser Santos porque o Senhor nos ajuda”. O Papa fala de santidade também pelas redes sociais. No Twitter de 1º de novembro do ano passado evidencia que “o mundo precisa de santos e todos nós, sem exceção, somos chamados à santidade”. E não devemos “ter medo” de caminhar no caminho da santidade , que é dos humildes e não dos arrogantes.
Fonte: Alessandro Gisotti/vaticannews
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