Por ser educação orgânica e sistemática da fé, a catequese se concentra naquilo que é comum para todo cristão, educa para a vida de comunidade, celebra e testemunha o compromisso com Jesus. Ela exerce, portanto, ao mesmo tempo, as tarefas de iniciação, educação e instrução (cf DGC 68). É um processo de educação gradual e progressivo, respeitando os ritmos de crescimento de cada um.
A catequese possui forte dimensão antropológica. E, por isso, ela precisa assumir as angústias e esperanças das pessoas, para oferecer-lhes as possibilidades da libertação plena trazida por Jesus Cristo. Nesta perspectiva, as situações históricas e as aspirações autenticamente humanas são, portanto, parte indispensável do conteúdo da catequese. Elas devem ser interpretadas seriamente, dentro de seu contexto, à luz das experiências vivenciais do povo de Israel, de Cristo e da comunidade eclesial, na qual o Espírito de Cristo ressuscitado vive e opera continuamente (cf Medellín, Cat. 6; CR 70, 116).
A finalidade da catequese é aprofundar o primeiro anúncio do Evangelho: levar o catequizando ao conhecimento, à acolhida, à celebração e vivência do mistério de Deus, manifestado em Jesus Cristo que nos revela o Pai e o Espírito Santo. Conduz à entrega do coração a Deus, à comunhão com a Igreja, corpo de Cristo (cf DGC 80-81; Catecismo 426-429) e à participação em sua missão.
A dimensão eclesial é essencial na fé cristã: cada batizado professa individualmente a fé, explicitada no Credo apostólico chamado “Símbolo”, pois manifesta a identidade de nosso compromisso cristão. Mas cada um recebe, professa, alimenta e vive essa fé na Igreja e através dela. “O Creio e o Cremos se implicam mutuamente. Ao fundir a sua confissão com a confissão da Igreja, o cristão é incorporado à sua missão: ser sacramento de salvação para a vida do mundo. Quem proclama a profissão de fé assume compromissos que, não poucas vezes, atrairão a perseguição. Na história cristã, os mártires são os anunciadores e as testemunhas por excelência” (DGC n º 83).
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