No geral, o grupo nasce da necessidade de aprofundar a fé cristã por parte de alguns fiéis que já despertaram para uma vivência mais comprometida ou que sentem necessidade da mesma. Outrossim, quando motivado por alguma campanha ou ação pastoral da Igreja local. Também pode ser que nasça de um grupo já mais comprometido e que deseja e sente a necessidade de aprofundar sua caminhada.
Há duas situações desafiadoras que nasce da ação catequética com os catequizando das crianças e adolescentes que estão se preparando para recepção dos sacramentos de iniciação crista (batismo, eucaristia, crisma): os pais e padrinhos. Com eles, também é possível começar um processo catequético para adultos, além de reuniões esporádicas.
Depende muito da necessidade do grupo; da realidade em que vive; de suas reais motivações. Não há um subsídio específico, mas existem muitos e bons materiais e livros, especialmente na área de Bíblia, Doutrina, Espiritualidade, Orientações de Fé e Vida, etc. Tomo a liberdade de citar alguns: material do Cebi, a Catequese de Pe. Zezinho, as publicações do Centro de Pastoral Popular, etc.
No geral, a Bíblia é o principal referencial de catequese, contudo, tem que haver não só um bom livro ou manual de ajuda para compreendê-la, mas deve haver também a passagem da fé para a vida e vice-versa. Ela deve ser aplicada de modo seguro na vida e leva as pessoas aos passos seguintes, sem se fechar em si.
Não adianta ter um bom livro se o grupo não dar passos, se fecha-se em si mesmo ou em certos “dogmatismos” e não consegue ir adiante ou ir do jeito errado. Depende também de quem lidera, da cabeça de suas lideranças e que idéia faz do cristianismo.
Isso não é o mais importante para o grupo, contudo, ajuda o grupo a manter uma identidade dentro da comunidade e do objetivo que busca. O importante é que o catequista deixe o grupo amadurecer e escolher livremente um nome que indique seu processo de formação sem perder de vista que se trata da ação catequética de adulto.
O engajamento nasce aos poucos, como necessidade, na medida em que o processo vai dando passos. Não deve ser cobrado, imposto. Na hora certa, na hora do grupo, isso vai acontecer. Forçar e incentivar um engajamento sem que o grupo todo tenha despertado para isso é no mínimo atropelar o processo.
Uma vez que o grupo já começa despertar para isso, é preciso tomar conhecimento e aprofundar a vida comunitária, o projeto vivencial paroquial (quais as pastorais, movimentos, grupos sociais existe e qual a ação pastoral da paróquia, seu calendário) e como o grupo pode contribuir. Isso acontece naqueles grupos em que a maioria tem uma vivencia religiosa de missa, contribui com alguma campanha, mas sem vínculo de compromisso mais sério. Outrossim, é bem diferente, o processo naqueles grupos em que alguns fiéis já tem um engajamento nessa ou naquela pastoral ou movimento. Cada realidade e caso, é um caso! O importante é que o grupo se sinta parte integrante da comunidade paroquial e que de algum modo age com ela.
A princípio, conforme algumas experiências, o método é sempre partir da realidade do adulto. Vê suas necessidades e inquietações sobre a fé, sua religiosidade, sua forma de vê, pensar e agir no mundo que o cerca. Saber o que quer, porque quer, o que o motiva à buscar aprofundamento catequético. Para isso é imprescindível do catequista, alguns requisitos como: a escuta, capacidade de compreensão da realidade, capacidade criativa na ação pastoral catequética.
Uma coisa é importante ao catequista: conhecer e saber sobre os documentos da catequese e da igreja, bem como está atualizado sobre o processo de catequese e suas novidades no contexto atual.
Há o método de interação fé e vida (VER, ILUMINAR, AGIR) que ajuda no processo de formação catequética. Existem roteiros para realização do encontro catequético. Cada um há que achar o melhor para sua realidade.
O tempo vai depender da motivação do grupo e da criatividade do catequista. A catequese é um processo permanente, progressivo, sistemático, ordenado, pessoal e comunitário da fé. Não se restringe a informações somente, ou a doutrina e muito menos a idéias. Trata-se de um conteúdo que envolve a pessoa e o grupo dentro de um projeto maior, que é o Reino. O grupo faz parte da Igreja e a Igreja existe por causa da missão que lhe foi confiada: a pregação do Reino. Isso implica uma relação adulta dos seus membros, um compromisso consciente, um testemunho eficaz e uma comunhão pessoal e comunitária com o Senhor, com a Trindade e com o Seu Projeto. Cada membros faz parte do Corpo Místico de Cristo e quanto mais aprofunda sua relação com Ele com a Igreja mas vontade tem de caminhar e aprofundar. É o encontro pessoal com Ele. É o encontro do grupo com Ele.
A maturidade em Cristo acontece no percurso e no verdadeiro encontro com Ele na vida comunitária. Não é algo isolado, individualista. É pessoal, mas não individualista. Por isso, o tempo é não é parado, mas frutífero e contínuo.
Como já foi dito, que cada um como pessoa e como grupo, possa alcançar a maturidade em Cristo. Isto acontece dentro de um processo. Logo, a catequese com adultos tem pelo menos de modo “fisiológico” algumas metas que proporciona uma boa iniciativa: aprofundar os rudimentos da fé, das verdades da fé confessada, meditada, celebrada e anunciada; dar elementos para a compreensão do “encontro pessoal com Cristo”; formar discípulos missionários; criar católicos conscientes e conscientizadores; ser membro católico atuante dentro (que nem sempre significar estar atrelado a um movimento ou pastoral, para sabe-se engajado) e fora da igreja; ser pessoa equilibrada e cidadão responsável no mundo em que habita (casa, trabalho, social, político, etc); respaldar sua vida pelas linhas mestra do Evangelho. Devemos pois entender que nem “tudo” foi dito aqui, evidentemente.
Primeiramente é saber da existência de grupos e catequistas que estejam fazendo essa experiência. Segundamente, se a necessidade assim convier, formar pequenos grupos nas comunidades e paróquia. Uma vez detectado a existência desses grupos, convocar suas lideranças para compor na paróquia uma equipe de catequese de adultos e na medida do possível fazer a ligação com a coordenação diocesana de catequese. Tudo isso evidentemente, combinado com o seu vigário.
Primeiramente conversar com o seu vigário. Segundamente, encaminhar para o processo de catecumenato (curso do batismo se não é batizada, curso de crisma e primeira comunhão) ou/e também o próprio catequista com o grupo pode se encarregar de “formar” esses irmãos e irmãs para essa ação específica, sem contudo perde o “fio da meada” da caminhada formativa do grupo. Lembrar que para receber esses sacramentos, os conteúdos são de ordem específica de cada um deles.
10. Quais os conteúdos da catequese com adulto?
No geral, tais conteúdos partem da necessidade e da realidade do grupo. Porque cada indivíduo e também o grupo tem uma história própria e está num estágio mais ou menos, comparado com o que já possui do querigma (primeiro anúncio) e dos rudimentos da catequese. Há que se analisar todos os lados da questão. Porém, a princípio, é importante começar pelo conhecimento das Sagradas Escrituras; das verdades contidas no Catecismo em linguagem própria para adulto; oferecer alguma coisa sobre a caminhada da Igreja na história; conhecer, aprofundar e incentivar aquilo que é próprio na vida da Igreja através da Liturgia; da Oração e da Sua Ação Pastoral.
Existem bons subsídios publicados pelas editoras católicas.
Como conclusão: Não queremos ser exaustivos e nem dá respostas a tudo, porque não as temos. Esse tema é amplo e delicado. A literatura especializada ainda é pouca e recente. Nosso intuito foi apenas de ser prático, oferecer pistas, sugerir algo simples. O que aqui dissemos é fruto de escuta da realidade e da escrita, martelando no meu juízo pastoral de catequista mediante algumas práticas catequéticas que vi na vida dos nossos catequistas em nossa diocese. Penso que essa partilha possa ajuda em alguma coisa, na “criação” da pastoral de catequese com adultos.
Por Bíblia e Catequese
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